Rita iniciou propondo aos professores, fazerem uma análise de dois ambientes, ilustrados por Marcelo Xavier, na obra “O Dia-a-dia de Dadá”, num a Dadá se encontra dentro do seu quarto, seu ambiente descontraído, livre, sentada no chão e com os brinquedos esparramados a sua volta, no outro, Dadá está dentro da sala de aula, sentadinha, quase imóvel, num espaço totalmente organizado, o professor mostrando as figuras geométricas no quadro numa postura de propriedade e autoridade, num ambiente diferente do mundo livre e cheio de movimentos, como o quarto de Dadá.
Para Rita, o professor deve ter sensibilidade para reconhecer que cada criança tem o seu tempo para se desenvolver, e a escola precisa contribuir para esse desenvolvimento de forma plena, valorizando o mundo da criança, que é diferente do mundo do adulto. A comunicação da criança com o mundo que a cerca integra o movimento como expressão. Quando se cobra uma postura de seriedade, imobilidade e linearidade, como acontece na maioria dos ambientes escolares, contribui-se para tolher a capacidade da criança multiplicar suas linguagens, expressas em seus gestos e movimentos.
Numa proposta reflexiva, Rita, discutiu o papel da escola e sua forma de atuação nos tempos atuais e a necessidade de construir novos espaços educativos que reinventem a escola pública como a casa das crianças, um espaço de formação que contribua para o desenvolvimento pleno da criança a partir de sua ação cultural, que assegure o seu direito de participação cidadã no espaço coletivo.
Para embasar a discussão e dar subsídios referenciais e teóricos para os professores, a arte-educadora apresentou alguns estudiosos como Tizuko Morchida Kishimoto, que atua no campo da educação infantil focalizando estudos sobre formação de professores, propostas pedagógicas, história e políticas públicas, museu e brinquedoteca, letramento e o brincar; Manuel Jacinto Sarmento, sociólogo da infância e Lydia Hortélio, formada em Musica: Piano, Educação musical e etnomusicologia com estudos na Alemanha, Brasil, Portugal e Suíça, dedica-se a pesquisa da cultura infantil e música e cultura brasileira. Criou a “Casa 5 pedrinhas… , um lugar de brinquedo”. (Clicando nos links, você encontrará artigos, vídeos e mais informações sobre os especialistas. Abaixo também mais sugestões).
Um ponto da palestra destacado pela coordenadora do projeto Lilia Coelho, foi o momento em que os professores falaram de suas experiências dentro da sala de aula, relatando os desafios que surgem no dia-a-dia, a partir das realidades de cada criança. “É importante dar voz ao professor. Quando ele relata os problemas e desafios vivenciados em seu cotidiano, percebemos que o nosso trabalho é mesmo de formiguinha, e deve ser incansável. O curso de formação propicia trocas de experiências, discussões e reflexões que fundamenta o nosso trabalho junto aos educadores e, ao mesmo tempo, estimula a experimentação de novas metodologias de fácil reaplicação e adaptáveis à demanda existente em outras escolas e instituições”, conta Lilia.
O Projeto está sendo desenvolvido em 4 Cemeis e 4 escolas públicas de Uberaba e o curso de formação com os educadores retomará as discussões e as atividades de formação em agosto. Veja abaixo mais links e sugestões de leitura:
Tema: Os mestres nas tradições e contemporaneidade
Lydia Hortélio
Conferência : “Musica tradicional da infância no Brasil”
All Endereço para fazer o download do livro “Cadê o brincar”?
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