sexta-feira, 19 de julho de 2013

André Azevedo incentiva reflexões diferenciadas em alunos

Os projetos do Instituto Agronelli de Desenvolvimento Social, compartilham experiências diversificadas, programadas dentro das atividades de cada escola ou instituição participante. Tamires Barbosa, coordenadora do projeto Cultura e História do Meu Bairro, procura envolver os alunos em propostas que os façam visualizar novas possibilidades e técnicas, que irão subsidiar suas produções.
Contar a história do bairro onde estão situados merece um olhar diferente sobre o ambiente, discutidos amplamente em oficinas de fotografia, de histórias de vida e também com o bate-papo realizado no mês de julho com o professor André Azevedo da Fonseca, escritor, historiador e jornalista.
Ele visitou as quatro escolas participantes do projeto e, em cada uma, fez abordagens de acordo com a percepção do comportamento natural de cada turma. Na Escola Municipal Professor José Macciotti, a abordagem de André foi direcionada à construção da imagem que os adolescentes fazem em relação aos seus ídolos e o significado do mesmo para eles. Assim, o professor faz uma análise de como eles podem transformar um morador do bairro em alguém simbólico para a formação daquele local. “A turma lá era bem grande, mas eu achei os alunos muito criativos e corajosos na hora de fazer as perguntas e de responder às minhas”, relata André. 
Em outra escola, a Estadual Leandro de Vito, a discussão foi diferente, pois a conversa foi direcionada às possibilidades profissionais e o professor aproveitou para dar uma dica importante para os alunos, de escolher uma profissão que faça sentido para ele, de acordo com a sua realidade e história pessoal. Neste dia, André também apresentou aos alunos a história da Casa Assombrada (em Uberaba), história impressa no livro dele “Cotidianos Culturais e outras histórias: a cidade sob novos olhares”, que envolve muita pesquisa, um dos pontos principais para a produção do livro do projeto Cultura e História do Meu Bairro. “Achei a escola linda, com alunos interessados e percebi que a discussão ficou muito bem resolvida com eles”, diz André. 

No terceiro encontro, os alunos da Escola Estadual Carmelita Carvalho Garcia receberam também muitas informações sobre pesquisa e representação de símbolos contidos em todos os fatos, mas também puderam conhecer um pouco sobre as teorias da comunicação corporal, elemento essencial para ser utilizado na hora da entrevista oral. A partir dessa discussão, André sugeriu algumas leituras, como os livros “O corpo fala”, “Alice no País das Maravilhas”, “Crime e Castigo” e “O Retrato de Dorian Gray”, clássicos de seus respectivos gêneros.  Para André, foi outro momento importante, e destaca alguns alunos da faixa de 11 e 12 anos que tinham um potencial muito evidente no jeito de falar, com ideias complexas, o que o surpreendeu. 

Na Escola Estadual Bernardo Vasconcelos, a última do ciclo de palestras, André apresentou a temática da construção de uma imagem, por meio de exemplos contidos na pesquisa do livro “A construção do mito Mário Palmério”, em que ele incentiva os alunos a conhecerem melhor a história de uma pessoa ou de um lugar, com pesquisa, análises e interpretações críticas, sempre duvidando, e desacreditando na verdade absoluta. André explica que, como os alunos eram de séries mais avançadas, ele levou referências teóricas mais profundas, as quais ele acredita que atingiram o objetivo de despertar reflexões diferentes aos estudantes. 
Tamires considera que foi um dos momentos mais importantes para os alunos inscritos no projeto, pois eles tiveram contato com um escritor e pesquisador, que levou discussões profundas que, a maioria deles não tem acesso. Além disso, ela também comenta sobre a oportunidade de reflexão e de abrir novas perspectivas de pensamento para os estudantes. “O André falou com eles sobre a profissão, sobre faculdade, sobre mestrado e doutorado. São discussões que não são abordadas no dia-a-dia deles e, com essas oficinas, eles puderam ter contato com esta outra realidade. E o contato com uma pessoa que tem trajetória como a do André é importantíssimo para a formação deles”, comenta. 
Gabriela Costa, arte-educadora do Iades, concorda com Tamires, porque para ela, tanto os professores quanto os alunos puderam conhecer um autor de Uberaba e perceber, que como ele, qualquer um pode construir também o seu caminho de sucesso. 
André ressalta que encontrou com alunos muito interessados e inteligentes e, principalmente com muito potencial para pesquisa e para a escrita. “Espero de fato ter incentivado os alunos a terem esse gosto pela pesquisa. Fiquei surpreso com a qualidade das escolas e, como já disse, dos alunos. Esse projeto é muito bem feito, muito feliz, na metodologia de trabalho. Eu já vi os outros livros, mas estou extremamente curioso para ver o resultado deste, do qual participei”, conclui.
O projeto Cultura e História do Meu Bairro é incentivado pelo Fundo Estadual de Cultura e atende escolas públicas de Uberaba.



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