terça-feira, 25 de junho de 2013

Morador do Boa Vista conta um pouco da história do bairro

 
Uma das várias atividades do projeto Cultura e História do Meu Bairro é a fase de oralidade, trabalhada por meio de histórias de vida. Em cada escola, pessoas da comunidade são convidadas a contar um pouco da história do bairro, sob o olhar de sua própria experiência.  Na Escola Estadual Leandro Antônio de Vito, o morador e professor Altamir Antônio Alves, do Jardim Bela Vista foi um dos entrevistados.

Confira alguns trechos da entrevista dele, que conta como era o Boa Vista: 
Altamir: Bom eu sou morador do bairro, antes de apresentar meu nome eu tenho que falar para vocês tanto que gosto desse bairro. Meu nome é Altamir, eu sou professor de história da escola Geraldino Rodrigues da Cunha, lá no bairro Abadia, já participei do projeto que vocês estão trabalhando agora com a minha turma e vou falar agora um pouquinho do Bela Vista. Se a gente for falar de Boa Vista, o Boa Vista é enorme, você tem dois grandes bairros em Uberaba né? O Grande Abadia e o Grande Boa Vista (...), se vocês pegarem esses dois bairros é quase 80% de Uberaba, Boa Vista e Abadia, os dois estão em torno de 40% cada um do espaço da cidade. A questão de bairro não existe para a prefeitura, essa divisão de bairro é uma divisão que a gente faz, porque na verdade no cartório de registro se fala em loteamentos, a pessoa vai e registra aquele loteamento, aquele pedacinho e coloca o nome que ela quer. Vou dar um exemplo para vocês: subindo ali, no sentido entrando Fabrício, o Pontilhão, que é onde começa o Bela Vista, ali você tem loteamento Manoel Marques, Vila Adélia Maluf, Jd. Maluf, depois onde era o antigo produtos Ceres, você tem a Vila Ceres que começa bem atrás do produtos Ceres e vai chegar até a Avenida das Torres, depois ali no fundo você já tem um outro loteamento, um outro nome, vários loteamentos que a pessoa registra, cada lugarzinho desse tem um nome. (...) Então essa é a parte, daqui pra baixo eram fazendas, onde estamos aqui hoje, pra baixo um pouco aqui eram fazendas. Aqui não tinha nada quando foi feito o produto Ceres, eram fazendas né, depois foram fazendo esses loteamentos e quando eu mudei pro bairro não existia nada disso daqui, essa parte da cidade não existia. (...). Só uma linha de ônibus que atendia todo bairro e ela chegava só até ali, dali pra cá não tinha mais nada. Não tinha nem energia, não tinha água, não tinha luz, não tinha nada. Quando eu mudei pro bairro, eu morava no começo... sabe onde é a Rodoban? Onde tem aquela firma de segurança, de carro forte, eu morava ali de frente, quando nós mudamos pra cá nos moramos ali e dali depois, em 65, nós mudamos pra Vila Ceres e nós éramos um dos primeiros.
(...) então tinha essas casas e mais nada, daqui pra cima subindo sentindo a Luxemburgo, lá tinha o Sr. Angelo Argondizi, que era dono de todo, a fazenda dele, a chácara dele, ela vinha desde a casa dele lá na Professor Chaves e vinha até o Morada do Sol, e ele plantava aqui muitas verduras e abastecia a cidade com verduras, daqui dessa região. Depois ele foi vendendo os pedaços e foi fazendo o loteamento, aonde é a Luxemburgo não tinha rua, então só tinha a João Pinheiro que subia pro bairro e tinha um detalhe ela não era asfaltada, era de paralelepípedo até ali onde eu falei pra vocês, ali aonde não sei se vocês conhecem, mais chamam de quadra do Zé Galinha. Ali era o final da João Pinheiro. O Neném é filho do dono da quadra do Zé Galinha. E ali então, dali pra baixo era terra, não tinha asfalto, em 66, começou a construir um filtro de água da Codau na João Pinheiro com a Elias Cruvinel, até então a água não era filtrada, a água era distribuída sem nenhum cuidado, do jeito que ela era tirada ela era servida pras casas. Então, em 66 que começa a filtrar a água, a construir a CODAU. Eu me lembro ali que eu fugia de onde eu morava pra tentar ir no filtro porque ali tinha um parquinho, eu fica doido pra ir no parquinho brincar. Era um parquinho permanente. (...)
Onde era  Luxemburgo eu me lembro que era mato alto do lado de cima do Ceres e tinha um brejo mesmo que afundava, se você saísse fora das pedrinhas você afundava no barro. Depois foi vindo pra cá, o Euripedes Craíde que era um deputado da época, então ele lançou a Vila Craíde. Vocês sabem porque se chama Arquelau aqui né?! O dono dessa região, era o Sr. Arquelau e ele tinha uma venda logo aqui na entrada, então mais ou menos na rotatória Avenida Menino José de Almeida, em frente ali era a venda do Sr. Arquelau. Então, depois ele fez esse loteamento da Vila Arquelau que deve ser em torno de 74 por ai, a cidade foi crescendo, fez o conjunto Boa Vista primeiro, depois o Morada do Sol e ai foi abrindo e a cidade cada vez chegando mais longe. Tem alia Chácara do Diamantino que é o último loteamento que tá sendo feito, Cyrela Landscape, né?! Muito chic. Terrenos são apenas de 400 metros quadrados o menorzinho, os nossos das nossas casas são de 200, lá o menorzinho é de 400. E assim foi crescendo o bairro, se vocês imaginarem quando vocês chegarem na minha idade, na idade da professora Ana Maria, na Idade da Tamires (coordenadora do projeto) vocês vão falar assim: “Nossa como o bairro mudou!” Vocês vão lembrar que no passado “Nossa quando eu era menino só ia até aqui, olha onde a cidade tá”. Então vai crescendo...(...)

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