quarta-feira, 26 de junho de 2013

O "maravilhoso" de Monteiro Lobato para educadores

“Elementos da narrativa na criação do maravilhoso na obra de Monteiro Lobato”, este foi o tema da discussão realizada pela professora Ana Maria Dionízio, junto aos educadores que participaram do Curso de Formação do projeto Biblioteca Itinerante Alternativa (Ensino Fundamental). Ela abordou a vida e obra do precursor da literatura infanto-juvenil no Brasil e sua importância, mencionada até hoje nos relatos de grandes autores.

Lilia Coelho, coordenadora do projeto, atenta às explicações da professora, destacou como ela revelou a escrita de Monteiro Lobato, sua personalidade e a peculiaridade de escrever com a ajuda das crianças, por meio de cartas que recebia e relatos das mesmas.
Para ela, foi um momento de aprendizagem e muitas trocas de experiências junto as educadoras do projeto, que enriqueceram o encontro com observações e pontuações sobre o trabalho que elas realizam em sala de aula.
O “maravilhoso” nas obras dele, significa toda a fantasia, o “pó de pirlipimpim” e a inspiração dos textos infantis. Outro ponto relevante analisado é a forma como ele escreve que não é questionada pelas crianças, além da riqueza do vocabulário:

“E já ia dormindo, embalada pelo mexerico das águas, quando sentiu cócegas no rosto. Arregalou os olhos: um peixinho vestido de gente estava de pé na ponta do seu nariz.
Vestido de gente sim! Trazia casaco vermelho, cartolina na cabeça e guarda-chuva na mão – a maior das galantezas! O peixinho olhava para o nariz de Narizinho com rugas na testa, como quem não está entendendo nada do que vê.”

Monteiro Lobato era antes de escritor, um crítico vanguardista de sua época (1882 – 1948) e, sofrendo retaliações e censura, achou nos textos infantis um modo de contar as insatisfações de seu tempo. Tanto que estudiosos da literatura dizem que as obras infantis levam nas entrelinhas os recados sociais para o país.
O próximo encontro está marcado para dia 05 de julho.

Obras e personagens: Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sábia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos. Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, e A Chave do Tamanho. Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e O Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil, apenas por empresas brasileiras.

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